quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Melhoramento genético, VANTAGENS E DESVANTAGENS

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS DIFERENTES
TIPOS DE CRUZAMENTOS
Cruzamento rotacionado - este sistema de cruzamento atende às condições necessárias ao bom uso de cruzamentos, no entanto, verifica-se em nosso meio, evidências de sucesso limitado com este sistema; possivelmente em razão da variação entre gerações em termos de requerimentos nutricionais e de manejo. Isto se deve, principalmente, ao fato de que muito recentemente a maioria absoluta dos cruzamentos no Brasil envolvia uma raça zebuína, predominantemente a Nelore, e uma raça européia de grande porte e/ou maior produção leiteira. O resultado deste procedimento é que gerações subseqüentes, dependendo do maior ou menor "grau-de-sangue" de raça européia apresentam maior ou menor requerimento nutricional que a geração anterior. Variações semelhantes podem ocorrer em termos de manejo de diferentes gerações. Isto, além de causar transtornos de manejo, causa variações na produtividade, ou seja, promove variação nos níveis de desempenho de vacas e bezerros.

Uso de touros F1 - a utilização deste esquema de cruzamentos, quer seja em sistema de cruzamento simples, quer seja em sistema rotacionado, resultará em nível de heterozigose inferior àqueles obtidos com reprodutores puros. No entanto, para condições onde o uso de inseminação artificial não é aconselhável ou desejável, e a utilização de monta natural com touros europeus puros é inviável, sua utilização pode ser apropriada. Além disto, possibilita uso máximo de heterose para fertilidade de machos superando problemas de baixa libido e avançada idade à puberdade, comuns em raças indianas. É de fácil manejo, flexível quanto a troca de raça européia para eventuais ajustes para adaptação às condições de mercado ou de produção.

Formação de populacões compostas - o desenvolvimento de programas de cruzamento com este objetivo teve grande impulso há 4-6 décadas, e hoje tem sido retomado dentro de uma nova visão, e com novas bases, em função de evidências experimentais obtidas, principalmente pelo MARC em Nebraska, USA. Tais resultados confirmam que, em gado de corte, a retenção de heterose está associada à retenção de heterozigose. Assim, raças constituídas pela combinação de outras, também poderiam reter altos níveis de heterose, tanto materna quanto individual. Possivelmente, haverá ainda, como benefício adicional, heterose para fertilidade de machos. Esta opção é uma alternativa à complexidade apresentada pelos cruzamentos rotacionados. Após a formação da população composta desejada, o manejo é idêntico àquele para rebanho puro e, como tal, pode ser também utilizado em pequenos rebanhos.

É importante salientar, no entanto, que para se evitar consangüinidade na população formada e, manter altos níveis de heterozigose, faz-se necessário ampla base genética para cada uma das raças envolvidas, ou seja, os representantes de todas as raças envolvidas na formação da composta devem ser animais provenientes ou filhos de um grande número de touros geneticamente diferentes.

Cruzamento terminal - também chamado cruzamento industrial, possibilita uso máximo da heterose e da complementariedade. Além disto, viabiliza grande flexibilidade na escolha da raça terminal, o que garante rápidos ajustes a demandas de mercado ou a imposições do sistema de produção. É um esquema vantajoso para produção de animais a serem terminados em condições favoráveis, principalmente no que se refere a alimentação, como pastagens de boa qualidade ou confinamento, uma vez que este cruzamento resulta em animais que apresentam altas taxas de ganho e altos pesos à terminação. No entanto, pelo fato de se abater fêmeas, é de aplicação limitada na pecuária como um todo. Além disto, é importante, neste caso, ressaltar que apesar de o uso de fêmeas F1 possibilitar usufruir dos benefícios da heterose materna, ao se utilizar estas fêmeas para acasalamento com touros terminais, faz-se necessário manter parte do rebanho total de fêmeas como rebanho puro. Isto tem a finalidade de produzir fêmeas de reposição, tanto para produção das F1s quanto para a substituição das puras.

Rotacionado terminal - neste caso, 45-50% das fêmeas são acasaladas em um sistema rotacionado com a finalidade de se produzir fêmeas de reposição. As fêmeas restantes, as mais velhas, são acasaladas com touro terminal. Este esquema combina as vantagens de altos níveis de heterose do sistema rotacionado com as vantagens da complementariedade advindas do touro terminal. É, no entanto, um esquema complexo, exigindo grande capacidade gerencial e boa mão-de-obra.

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