sábado, 25 de setembro de 2010

Melhoramento genética, BASE GENÉTICA

BASE GENÉTICA DA HETEROSE E
CÁLCULO DA HETEROZIGOSE
Heterose é definida como sendo a diferença entre a média da característica avaliada (fenótipo) nos indivíduos oriundos do cruzamento, os mestiços, e a média desta mesma característica medida nos pais, e é calculada segundo a seguinte fórmula:

Média dos mestiços - média dos pais


Ht = x 100

média dos pais

A teoria que suporta a existência do efeito heterótico define que só haverá heterose quando houver diferença em freqüência gênica entre as raças envolvidas no cruzamento e, o efeito de dominância entre alelos não for zero. Se qualquer destas situações deixar de existir, a heterose será nula. Isto pode ser melhor entendido se considerarmos que as raças, durante o processo de formação, permaneceram geneticamente isoladas, e foram submetidas a pressões de seleção variáveis, tanto artificial, quanto natural. Este processo resultou em alguma consangüinidade, que, juntamente com a flutuação aleatória na freqüência gênica, contribuiu para a fixação de alguns homozigotos. Estes homozigotos produzidos tanto podem ser de genes com efeitos indesejáveis, quanto de genes cuja combinação heterozigótica produz resultados favoráveis.

Assim, parece muito pouco provável que as diferentes raças tenham tido os mesmos alelos indesejáveis fixados na forma homozigótica. Isto será tanto mais verdade quanto mais distantes na origem e mais separadas espacialmente forem as raças.

Desta forma, ao se cruzar raças diferentes, as progênies terão os efeitos deletérios dos genes recessivos encobertos pelos genes dominantes e maior taxa de heterozigose. De fato, resultados experimentais com gado de corte têm possibilitado a conclusão de que a heterose existe em níveis variáveis dependendo da característica, e que é maior quando o cruzamento envolve raças zebuínas com européias. Alguns resultados, principalmente, obtidos no MARC (Meat Animal Research Center - Nebraska, USA) têm sugerido ainda, que a retenção de heterose em gerações sucessivas tem sido proporcional à retenção de heterozigose para a maioria das características de importância econômica em gado de corte. Portanto, conhecendo-se a heterozigose, tem-se uma estimativa da heterose.

A heterozigose pode ser calculada por:

Hz = Sn S m SiCj

i=1 j=1

em que i ¹ j

Hz = heterozigose;

SnS m = representa o somatório dos produtos da composição genética do pai relativa à raça "i" pela composição genética da mãe relativa à raça "j";

Si = composição genética do pai relativa à raça "i" (i = 1,2...n);

Cj = composição genética da mãe relativa à raça "j" (j = 1,2...n).

Exemplificando, suponhamos um cruzamento entre touros da raça A com vacas da raça B. Neste caso teremos:

para Si, A = 1 e B = 0

para Cj, A = 0 e B = 1,

logo,

Hz = (1 x 1) + (0 x 0) = 1 ou 100%

Desta forma, a progênie de tal cruzamento apresentaria 100% de heterozigose. A heterozigose para cruzamentos envolvendo maior número de raças ou envolvendo animais mestiços, apesar de mais complexos, é obtida diretamente pelo uso da fórmula.

É importante salientar, contudo, que ao se promover cruzamentos está-se não só utilizando ou procurando utilizar os benefícios da heterose, mas também, como mencionado anteriormente, combinando, nos produtos, características desejáveis das raças envolvidas. Assim, é que produtos de cruzamentos Bos taurus com Bos indicus incorporam, relativo ao Bos taurus, vantagens como maior precocidade, maior potencial de crescimento, melhor acabamento de carcaça; e com relação ao Bos indicus, maior adaptabilidade, boa habilidade materna, e maior resistência a parasitos. Características estas, que as raças puras de ambas espécies não apresentam em conjunto.

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