sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Biodiesel, Biocombustíveis


Desde os anos 1980, existem estudos na área do governo visando a produção do biodiesel como aditivo ou substituto do óleo diesel. Também são antigas as experiências privadas no mesmo setor.

Desde os anos 1980, existem estudos na área do governo visando a produção do biodiesel como aditivo ou substituto do óleo diesel. Também são antigas as experiências privadas no mesmo setor. Mas foi o atual governo que realmente assumiu o compromisso com esse produto, dentro da percepção de que a agroenergia representa um novo paradigma agrícola para o mundo, com potencial de mudar a geopolítica planetária.

Há grandes diferenças entre o álcool e o biodiesel. Boa parte dessas diferenças se deve à enorme quantidade de matérias-primas para o biodiesel: desde sebo bovino e outros resíduos orgânicos até as fontes mais conhecidas, de origem agrícola, que também podem ser divididas em grãos e palmáceas. Entre os grãos, estão a soja, a mamona, o girassol, o pinhão-manso, o amendoim, o algodão, o nabo forrageiro e diversos outros.

E o biodiesel gerado por cada uma tem diferentes características, dificultando a padronização. Entre as palmáceas, a grande vedete hoje é o dendê -ou óleo da palma- e há espaços para outras no futuro, como é o caso da macaúba.

Os grãos chegam a produzir até mil quilos de óleo por hectare, e o dendê produz seis vezes mais. O problema é que o dendê demora quatro anos para começar a produzir, e os grãos são anuais.

Mas é evidente que, uma vez em produção, o dendê tem vantagens comparativas espetaculares, até porque o custo de implantação da planta só se dá uma vez, ao contrário dos grãos, semeado todos os anos.

Mais ainda: com tal diferença, o dendê demandaria um quarto da terra destinada aos grãos. E com duas vantagens: pode ser cultivado por pequenos produtores, como os da agricultura familiar, e se constitui em excelente alternativa para recuperação de áreas degradadas da região amazônica.

Essa planta, com habitat em regiões de clima equatorial chuvoso, teve sua variedade comercial mais conhecida -a Elaeis guineenses- desenvolvida nas estações experimentais francesas da Costa do Marfim e, quando a Embrapa, em 1980, criou seu Centro de Pesquisas na Amazônia, foi trazida ao Brasil. De lá para cá, os excelentes técnicos da Embrapa passaram a buscar espécies nativas da região amazônica, criando assim um banco de germoplana, do que se originaram cruzamentos com a variedade africana, resultando em variedades híbridas superiores, resistentes até a doenças sérias, como o "amarelamento fatal".

Tem sido discutida a possibilidade de reflorestar áreas degradadas da região, seja de floresta cortada, seja de pastagens abandonadas, com palmáceas como o dendê, nativas ou exóticas.

Surgiu então uma reação de setores afins, contra o uso das variedades híbridas, sob a alegação de que tal recomposição se trata de passivo ambiental e que obrigatoriamente essas áreas devem ser reconstituídas com variedades nativas originais, não importando o resultado econômico da atividade. Nesse caso, os híbridos são considerados exóticos. E o plantador teria que se submeter a essa regra, mesmo com prejuízo.

O assunto está no Congresso Nacional, ora em vias de apreciar o projeto de lei nº 6.424/05, que definirá a questão.

Mas tal definição deve encarar o "casamento" eco-eco, isto é, cuidar da ecologia com visão econômica, como forma de dar sustentabilidade ao povo da região. Afinal, há maior maravilha híbrida e totalmente nacional do que nossas mulatas e mulatos? 

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