Sincronização do cio
Sincronização do cio A manipulação farmacológica do ciclo estral oferece a possibilidade de inseminar os animais na medida em que apresentam cio após um tratamento de sincronização (esse período pode variar de 2 a 6 dias). Igualmente, pode-se programar a IA em data previamente estabelecida (IATF), após um processo de sincronização da ovulação, independentemente da manifestação do cio. Existe uma ampla gama de produtos disponíveis no mercado para essa finalidade. Os mais comuns são as prostaglandinas (F2α e seus análogos) e diversos progestágenos. Dependendo da condição fisiológica dos animais (ciclando, em anestro lactacional, etc.), esses produtos podem ser aplicados isoladamente ou associados a outros hormônios (estrógenos, GnRH, LH, eCG) . A escolha do protocolo deve considerar sua eficiência fisiológica e a relação custo/ benefício. Atualmente existem vários protocolos de sincronização do cio e IATF para ser utilizados inclusive em vacas com problemas ovarianos, tais como cistos e aciclicidade. O protocolo de aplicação de duas injeções de PGF2α com intervalo de 11-14 dias leva à manifestação do cio da maioria das fêmeas cíclicas. A taxa de concepção é relativamente elevada quando a IA é realizada nas fêmeas que apresentam cio. Entretanto, essa taxa é baixa quando a IA é realizada em tempo pré-fixado, devido à variação no início da manifestação do cio. A sincronização da ovulação baseada no uso de GnRH e PGF2α (Ovsynch) foi desenvolvida para coordenar o recrutamento folicular, regressão do corpo lúteo (CL) e o momento da ovulação. Esse protocolo permite realizar a IA em tempo fixo e tem mostrado ser eficiente em melhorar o manejo reprodutivo de vacas leiteiras pós-parto. Entretanto, o tratamento Ovsynch não funciona muito bem em novilhas (devido ao padrão inconsistente da onda folicular) e em vacas em anestro (falta de um CL sensível à PGF2α). Os tratamentos baseados na aplicação de progesterona são considerados os mais adequados para vacas acíclicas ou em anestro pós-parto; nesse caso, o tratamento único com PGF2α é ineficiente devido à ausência de um corpo lúteo maduro nesses animais. A aplicação de uma fonte de progesterona durante 7-9 dias com ou sem benzoato (ou valerato) de estradiol, combinado com um agente luteolítico, administrado um dia antes ou no momento da retirada da fonte de progesterona, melhora a sincronia do cio e a taxa de fertilidade. Recentemente, nos EUA foi proibido o uso de estrógenos nos protocolos de sincronização, mais por um motivo de ordem mercadológica (aceitação do consumidor) que de saúde pública. Naquele País, o protocolo em que o estrógeno é substituído pelo GnRH é chamado de "Select Synch" ou "CO-Synch". A substituição do estradiol pelo GnRH não altera a eficiência do protocolo, mas o torna mais caro. É provável, contudo, que essa medida também seja adotada no Brasil, para não criar barreiras que possam comprometer as exportações de carne. Em todo caso, no Brasil, o uso da IATF vem tendo uma boa aceitação na pecuária de leite e (principalmente) de corte. Estima-se que, no ano de 2006 mais de 1 milhão de vacas foram inseminadas por esse método. A combinação de IATF seguida de uma estação de monta de 60 dias resulta em ganhos de mais de 30 kg dos bezerros desmamados, devido ao fato de concentraros nascimentos no início do período das parições. Fonte: Anderson L, Deaton P. Economics of estrus synchronization and artificial insemination. In:National Association of Animal Breeders Reproduction Symposium, Lexington, KY; 2003, http://www.beefimprovement.org/03proceedings/Anderson.pdfTabela 2. Sincronização do cio e IA versus monta natural Variável SE/IA Monta natural Diferença Nº de vacas 251 100 Taxa de parição (%) 90 81 9 % parição nos primeiros 30 dias 85 62 23 Período de parição (dias) 74 84 10 % de bezerros desmamados 88 79 9 Idade à desmama (dias) 210 200 10 Peso à desmama (kg) 262 229 33 Peso do bezerro desmamado por vaca exposta (kg) 230 181 49
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