terça-feira, 30 de março de 2010

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM BOVINOS.


Introdução

Entende-se por inseminação artificial (IA) o procedimento de depositar o sêmen do macho no útero da fêmea utilizando meios artificiais em lugar da cópula natural. Por trás desse processo, relativamente simples, está toda uma logística direcionada ao desenvolvimento de produtos e/ou processos para a produção e conservação do sêmen, à identificação e seleção dos melhores reprodutores para um propósito específico (produção, controle de doenças, etc.) e à comercialização, em nível regional e global, de produtos e serviços relacionados com a indústria da IA.

O desenvolvimento mundial da inseminação bovina aconteceu na Europa e nos EUA logo após a Segunda Guerra Mundial, essencialmente por motivos de ordem sanitária. Na época, a estrutura das propriedades obrigava os criadores, freqüentemente donos de um reduzido número de vacas, a recorrer aos serviços de touros utilizados em comum por diversos criadores. O emprego da IA melhorou consideravelmente a facilidade de emprenhar uma vaca (sem a necessidade de levar a vaca ao touro do visinho) e a condição sanitária do rebanho, visto que ela evita o contato físico dos animais, limitando assim a propagação de doenças. No Brasil, as primeiras empresas especializadas no comércio e no processamento do sêmen destinado à IA surgiram na década de 70. Contudo, embora o comércio anual da IA tenha crescido consideravelmente nos últimos 20 anos (de 1,5 milhões de doses em 1985, para um pouco menos que 7,0 milhões em 2006) seu emprego ainda é restrito a menos de 6% dos rebanhos.

O maior obstáculo para um uso mais abrangente da IA reside na necessidade de promover mudanças em práticas equivocadas de manejo (particularmente o alimentar) evidenciadas pelos índices reprodutivos abaixo do normal. Deve.se entender que a IA constitui uma alternativa à monta natural se e quando estiverem solucionados os eventuais problemas de manejo. Outralimitação, igualmente importante, consiste na exigência de tempo e mão-de-obra treinada e motivada para a observação freqüente do cio dos animais destinados à inseminação. A disponibilidade de ferramentas farmacológicas para induzir a ovulação em momentos pré-determinados deve ser um grande facilitador na implementação de programas de IA, inclusive em rebanhos com grande número de animais.

VANTAGENS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Fisiologicamente um touro possui a capacidade de realizar diariamente de 3 a 5 coberturas. Contudo, esse ritmo é reduzido consideravelmente ao longo do tempo. Por outro lado, embora o cio das vacas seja repartido de maneira uniforme durante o ano, a concentração de nascimentos em um determinado período é desejável para se beneficiar de melhores preços demercado da carne ou leite, além de facilitar o manejo das matrizes e bezerros. Geralmente, considera-se que um touro pode satisfazer as necessidades de um grupo de 30 a 50 vacas durante um período de monta de aproximadamente 4 meses. Nessa condição, o touro pode passar de períodos de excessiva atividade sexual a longos períodos improdutivos.

O número de espermatozóides liberado em um ejaculado de touro (aproximadamente 5 bilhões) é muito superior às necessidades da fecundação. Com efeito, esse processo pode ser realizado com eficiência utilizando unicamente três milhões de espermatozóides (às vezes menos) quando colocados diretamente no útero. Na prática, e por medida de segurança, uma dose desêmen congelado contém aproximadamente 20 milhões. Assim, diluído em um tampão adequado, um único ejaculado fracionado é capaz de fecundar algumas centenas de fêmeas. O sêmen, quando congelado, conserva sua viabilidade indefinidamente, eliminando a necessidade de utilizar o sêmen fresco no período imediatamente posterior à coleta. Isso permite planificar a freqüência de coletas (entre 2 e 6 coletas de sêmen semanais) e otimizar os estoques disponíveis aos produtores. Tecnicamente, é possível armazenar mais de 100.000 doses de sêmen por touro. De forma geral, estoca-se um determinado número de doses (alguns milhares) antes de liberar (ou em determinadas ocasiões sacrificar) o touro que está em processo de avaliação do teste de progênie. Embora alguns touros famosos têm originado uma progênie de mais de 100.000 indivíduos, o número médio de descendentes por touro gira em torno de 6000 a 8000 filho(a)s.

Basicamente, a IA apresenta vantagens decorrentes do melhoramento genético dos rebanhos (incluindo um incremento quantitativo e qualitativo da produção), obtido pelo emprego de touros comprovadamente superiores, do controle de doenças e (embora exista alguma polêmica a respeito) da diminuição dos custos para obtenção de uma prenhez. Uma pequena revisão darelevância desses aspectos pode ajudar a entender o motivo dos ganhos obtidos com o uso da IA, quando bem implementada em sistemas de produção de gado de leite e de corte.

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