BIOGÁS

Produtores transformam dejeto suíno em energia  Com o sistema de reaproveitamento, granja de porcos em Holambra teve redução de 80% no consumo de energia Morais e Alberto: próximo projeto é a produção de energia elétrica

“Na natureza nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma!”. A célebre frase do pai da química moderna, o francês Antoine-Laurent de Lavoisier, pode ser comprovada na produção de suínos dos irmãos Van Den Broek. Em uma das unidades do grupo, entre Holambra e Santo Antônio de Posse, eles transformam dejetos de suínos em energia.         Com um biodigestor, os dejetos (matéria orgânica) se tornam gás combustível e adubo por meio da fermentação anaeróbica. Esse processo é realizado por bactérias, que fazem seu metabolismo na ausência de oxigênio e como resultado produz gás metano.         Pode parecer difícil de entender, mas o certo é que as produções de suínos dos irmãos Van Den Broek pararam de emitir gases poluentes, contidos nos dejetos, que passaram a ser utilizado para aquecimento dos leitões recém-nascidos ‘na maternidade’ e ‘no setor de creche’, após desmame.         O gerente da empresa, Aldo Morais, contou que há dois anos a empresa utiliza o biodigestor e, desde o ano passado, passou a reaproveitar os gases produzidos pelo biodigestor. “Com essa iniciativa aderimos ao Protocolo de Kyoto, um acordo internacional para reduzir as emissões de gases-estufa”.         Morais salientou que objetivo é produzir suínos com qualidade sem agredir a natureza. “Hoje não lançamos nada ao meio ambiente e, depois de retirado os gases poluentes, utilizamos o restante como biofertilizante na agricultura”. O suinocultor Alberto Pedro Van Den Broek ressaltou que a iniciativa faz parte de uma conscientização em produzir de maneira sustentável.         “Nossa preocupação vai desde a alimentação que o animal ingere até seus dejetos”. Segundo o suinocultor, a empresa é pioneira nesse tipo de transformação na Região Metrotel. (19)3802.2875 Filmes: diversão para toda a família !!!         politana de Campinas (RMC). O grupo está em processo de adquirir o ‘Selo Verde’ (selo de origem, ou seja, rastreabilidade) da Associação Paulista de Criadores de Suínos do estado de São Paulo e do Ministério da Agricultura.        Processamento         Os dejetos que são liberados da granja, local onde ficam os suínos, entram em um tanque por gravidade. A área fica coberta e, através de tubulações, são extraídos os gases metano e dióxido de carbono. Na suinocultura dos irmãos Van Den Broek, o biogás é utilizado para alimentação e funcionamento dos aquecedores.         O gerente calcula que com o sistema de reaproveitamento, a granja teve uma redução de 80% no consumo de energia elétrica, principalmente com a chegada do inverno. “O aquecedor é usado para os leitões recémnascidos após 21 dias, quando já ocorreu o desmame”.         Os dejetos ficam armazenados para compostagem, onde ocorre uma fermentação contínua. O biodigestor na granja gera 2.600 metros cúbicos de gás diariamente, o equivalente a 155 kw/h. O próximo projeto dos irmãos Van Den Broek é a produção de energia elétrica.         “Com isso produziremos 100% da energia consumida dentro da propriedade”, disse Morais. O suinocultor exemplificou que, além da produção de biogás, com o sistema os suínos não têm mais contato com fezes e nem urina, proporcionando mais conforto e higiene.        “É uma forma de produzir de maneira sustentável, sem agredir o meio ambiente e oferecendo um produto de melhor qualidade para o consumidor final”,comentouAlberto.