Quais são os efeitos das mudanças do clima em São Paulo
Nossos telespectadores estão preocupados com as tempestades, especialmente com as chuvas de granizo. O gaúcho Samuel da Silva enviou imagens. Outro vídeo foi enviado por Alice Rosa, de São José dos Campos, em São Paulo.
O Leonardo Castilho ficou espantado com o tamanho das pedras de granizo que caíram na cidade dele, Santa Rita de Sapucaí, em Minas, e também mandou o vídeo pro Vigilantes do Clima.
O granizo só se forma dentro de nuvens enormes, em tempestades. E o aquecimento global provoca chuvas mais intensas. É por isso que tem muita gente achando que o fenômeno pode deixar os temporais de granizo ainda mais frequentes.
E pode mesmo. Em São Paulo, por exemplo, a quantidade de tempestades já cresceu e vai crescer ainda mais. Sabe por quê? Os vigilantes do clima foram investigar.
Nossa expedição começa no Parque do Carmo, uma das únicas áreas verdes que ainda existem na Zona Leste de São Paulo, a região mais populosa da cidade.
A ilha verde cercada por concreto é um retrato do que já aconteceu e do que deve acontecer com as temperaturas em São Paulo. Carlos Nobre, o nosso vigilante do clima, vai nos acompanhar nesta missão.
“A maneira da urbanização, que eliminou áreas verdes, fez com que o clima de São Paulo já mudasse. São Paulo é o lugar onde o clima mais mudou no Brasil”, explica o climato Carlos Nobre.
“Sem dúvida, a gente pode ter uma temperatura em São Paulo subindo mais do que a média mundial apenas pelo aquecimento global. A ilha de calor, a mancha quente vai se espalhando, vai ficando maior e, por exemplo, a temperatura do aquecimento global, em 50/70 anos aumentou na Região Sudeste do Brasil aproximadamente 0,5 graus. A temperatura na cidade de São Paulo aumentou, em 70 anos, 2,5 graus. Então, é muito mais rápido o aquecimento que vem da urbanização”, aponta Nobre.
Num dia relativamente fresco em São Paulo, a temperatura na região do Parque do Carmo, que é uma região bem arborizada, era de 24,7ºC.
“Já quando você não tem vegetação, só tem concreto, asfalto, edifícios, residências, a energia solar vem, ela é absorvida pelo concreto, pelos edifícios e ela vai e irradia e aumenta a temperatura do ar. Então, a maior parte da energia solar num lugar sem vegetação vai para aquecer o ar. Num lugar de vegetação, 60% em média, ou até mais dessa energia, é usada para transpirar a água das plantas”, explica Carlos Nobre.
Vigilantes do clima em ação: eles saem do Parque do Carmo para fazer o teste. E vão para uma área absolutamente urbanizada ainda na zona leste de São Paulo. Estava 24,7ºC no Carmo e agora muda para 26,6ºC.
Em meio aos prédios, quase dois graus a mais do que no parque. E quando o dia é de sol e céu claro, a diferença pode passar facilmente de cinco graus.
O advogado Omar Olímpio Pereira sabe bem o que é isso: “num dia de verão você não consegue fazer um churrasquinho aqui em cima, o sol torra. Isso aqui frita os pés”, reclama.
Mas não era assim quando o advogado se mudou pra lá, há 40 anos.
“Só tinha o meu muro e verde. A gente sentia frio de madrugada, agora você não aguenta o calor”, afirma Olímpio.
E a tendência é piorar. A Região Metropolitana de São Paulo ficará, em média, de dois a três graus mais quente até 2100, segundo um estudo feito pela Unicamp e pelo Inpe. O número de tempestades - como as que atormentaram a cidade esta semana - pode dobrar em 60 anos.
“É só chover, alaga”, reclama um rapaz.
Enchentes significam mais doenças como infecções provocadas pela urina do rato misturada à água da chuva.
“Mais chuva, risco de leptospirose”, aponta Micheline Coelho, meteorologista especializada em saúde da USP.
Outras cidades brasileiras também estão crescendo, estão ficando mais urbanizadas. A repórter pergunta se a mudança que já está sendo sentida em São Paulo, pode acontecer em outros lugares do Brasil:
“Sem dúvida. À medida que elas se urbanizem e elas expand
O Leonardo Castilho ficou espantado com o tamanho das pedras de granizo que caíram na cidade dele, Santa Rita de Sapucaí, em Minas, e também mandou o vídeo pro Vigilantes do Clima.
O granizo só se forma dentro de nuvens enormes, em tempestades. E o aquecimento global provoca chuvas mais intensas. É por isso que tem muita gente achando que o fenômeno pode deixar os temporais de granizo ainda mais frequentes.
E pode mesmo. Em São Paulo, por exemplo, a quantidade de tempestades já cresceu e vai crescer ainda mais. Sabe por quê? Os vigilantes do clima foram investigar.
Nossa expedição começa no Parque do Carmo, uma das únicas áreas verdes que ainda existem na Zona Leste de São Paulo, a região mais populosa da cidade.
A ilha verde cercada por concreto é um retrato do que já aconteceu e do que deve acontecer com as temperaturas em São Paulo. Carlos Nobre, o nosso vigilante do clima, vai nos acompanhar nesta missão.
“A maneira da urbanização, que eliminou áreas verdes, fez com que o clima de São Paulo já mudasse. São Paulo é o lugar onde o clima mais mudou no Brasil”, explica o climato Carlos Nobre.
“Sem dúvida, a gente pode ter uma temperatura em São Paulo subindo mais do que a média mundial apenas pelo aquecimento global. A ilha de calor, a mancha quente vai se espalhando, vai ficando maior e, por exemplo, a temperatura do aquecimento global, em 50/70 anos aumentou na Região Sudeste do Brasil aproximadamente 0,5 graus. A temperatura na cidade de São Paulo aumentou, em 70 anos, 2,5 graus. Então, é muito mais rápido o aquecimento que vem da urbanização”, aponta Nobre.
Num dia relativamente fresco em São Paulo, a temperatura na região do Parque do Carmo, que é uma região bem arborizada, era de 24,7ºC.
“Já quando você não tem vegetação, só tem concreto, asfalto, edifícios, residências, a energia solar vem, ela é absorvida pelo concreto, pelos edifícios e ela vai e irradia e aumenta a temperatura do ar. Então, a maior parte da energia solar num lugar sem vegetação vai para aquecer o ar. Num lugar de vegetação, 60% em média, ou até mais dessa energia, é usada para transpirar a água das plantas”, explica Carlos Nobre.
Vigilantes do clima em ação: eles saem do Parque do Carmo para fazer o teste. E vão para uma área absolutamente urbanizada ainda na zona leste de São Paulo. Estava 24,7ºC no Carmo e agora muda para 26,6ºC.
Em meio aos prédios, quase dois graus a mais do que no parque. E quando o dia é de sol e céu claro, a diferença pode passar facilmente de cinco graus.
O advogado Omar Olímpio Pereira sabe bem o que é isso: “num dia de verão você não consegue fazer um churrasquinho aqui em cima, o sol torra. Isso aqui frita os pés”, reclama.
Mas não era assim quando o advogado se mudou pra lá, há 40 anos.
“Só tinha o meu muro e verde. A gente sentia frio de madrugada, agora você não aguenta o calor”, afirma Olímpio.
E a tendência é piorar. A Região Metropolitana de São Paulo ficará, em média, de dois a três graus mais quente até 2100, segundo um estudo feito pela Unicamp e pelo Inpe. O número de tempestades - como as que atormentaram a cidade esta semana - pode dobrar em 60 anos.
“É só chover, alaga”, reclama um rapaz.
Enchentes significam mais doenças como infecções provocadas pela urina do rato misturada à água da chuva.
“Mais chuva, risco de leptospirose”, aponta Micheline Coelho, meteorologista especializada em saúde da USP.
Outras cidades brasileiras também estão crescendo, estão ficando mais urbanizadas. A repórter pergunta se a mudança que já está sendo sentida em São Paulo, pode acontecer em outros lugares do Brasil:
“Sem dúvida. À medida que elas se urbanizem e elas expand
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