quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Melhoramento Genético


Melhoramento Genético
Desde o início da domesticação dos bovinos, os criadores têm se dedicado a adaptar as características dos animais às suas expectativas (trabalho, produção, docilidade) e ao ambiente. Esta adaptação consiste em substituir regularmente uma parte das fêmeas do rebanho (por motivos de senilidade, baixa produção, doença, morte acidental, etc.) por outras melhores, as quais serão, de forma geral, as filhas das melhores vacas. Num rebanho de corte, por exemplo, 10 a 30% das fêmeas são substituídas a cada ano.
Considerando que a prolificidade da fêmea bovina é baixa (em teoria, uma bezerra a cada dois anos), a possibilidade de selecionar as melhores novilhas por esta via é bastante limitada. Conseqüentemente, o ganho genético depende essencialmente do valor genético dos touros utilizados. Em rebanhos pequenos são procurados reprodutores externos para evitar os efeitosdesfavoráveis da derivação genética (perda aleatória das mutações naturais cujo aparecimento incessante permite a evolução das populações) e a consangüinidade.
Torna-se importante, pois, poder comparar com a maior precisão possível, os níveis genéticos dos touros saídos de diferentes rebanhos. Porém, os desvios de desempenho entre rebanhos ou entre indivíduos são principalmente devidos às diferenças do meio de criação (alimentação, patologias, manejo...). A escolha de um reprodutor sobre a base de seu desempenho em um único rebanho apresenta o risco de atribuir à genética uma superioridade devida, na verdade, ao ambiente. Na prática, essa situação ainda prevalece no Brasil, onde o comércio dos touros de monta natural freqüentemente é feito por fazendas (ou criadores) famosas, de boa reputação na sua qualidade técnica para a criação e bom tino comercial, mas de grande incerteza quanto ao nível genético real dos animais vendidos.
Para resolver essa confusão entre efeitos da genética e do ambiente, um dos meios consiste em criar algumas conexões genéticas. Concretamente, isso significa que certos animais (ou seus gametas) sejam utilizados simultaneamente em diferentes rebanhos. Quanto mais esse intercâmbio seja numeroso maior será a qualidade da comparação genética dos animais. A diluição do sêmen permite a difusão simultânea de um número reduzido de touros em um grande número de rebanhos. O congelamento permite utiliza-los durante longo tempo, inclusive muito além da sua morte (a degradação do plástico das palhetas, e não dos gametas, é a causa de perda das doses de sêmen congeladas). Praticamente generalizada desde os anos 70 nos rebanhos leiteiros, a IA constitui uma potente ferramenta de conexão entre os rebanhos. A aceitação do criador em utilizar 30% das IA provenientes de touros em testes de descendência, rigorosamente planificadas, permite aos métodos modernos de indexação estabelecer comparações confiáveis entre animais de rebanhos diferentes. Com isso, o produtor de um rebanho pode escolher o melhor macho, não mais dentro de seu próprio rebanho, mas no conjunto da raça. As chances de encontrar um touro geneticamente superior são assim consideravelmente aumentadas.
Para evitar erros na avaliação da qualidade genética de um macho, são realizados investimentos consideráveis para chegar a uma estimativa (chamada "índice de seleção") tão confiável quanto possível. A seleção sobre a descendência (ou teste de progênie) consiste em medir o desempenho dos descendentes de um touro candidato (repartidos em vários rebanhos) para a (s) característica(s) cujo melhoramento é desejado. O índice de seleção informa sobre a qualidade dos genes transmitidos pelo touro. A conexão entre rebanhos permite eliminar, no cálculo dos índices, os efeitos não genéticos. A precisão obtida, a partir das produções leiteiras controladas de uma quarentena de filhas, é de aproximadamente 70% (coeficiente de determinação = 0,70). À saída do processo, que dura de 6 a 8 anos, os melhores touros testados são colocados em serviço intensivo para inseminação. Sua grande difusão permite amortizar sobre um grande número de inseminações os gastos realizados na avaliação.
Inicialmente, o emprego da IA foi direcionado à industria de gado de leite para permitir que um grande número de vacas fossem inseminadas com o sêmen de um touro com características para melhorar a produção de leite. O impacto do uso da IA pode ser medido pelos resultados alcançados nos EUA. Em um período de 20 anos (1955-1975) a produção individual aumentou de 2.415 para 4.706 litros de leite por vaca. Atualmente, a média de produção ultrapassa 8.500 litros/vaca/lactação. Em termos de fertilidade, a taxa de sucesso (não retorno ao cio após três meses) na primeira inseminação era de 65% em 1965. Esse desempenho da técnica, excelente na época, tem feito poucos progressos desde então, inclusive observa-se um marcado declínio (atualmente varia de 30 a 50%), resultado da fertilidade reduzida das fêmeas submetidas a um maior estresse de produção. O uso da IA, associada a boas práticas de manejo alimentar, tem permitido a alguns rebanhos localizados no Brasil a obtenção de índices produtivos comparáveis aos obtidos nos EUA.
Em gado de corte, além dos objetivos de produção (tais como velocidade de crescimento e qualidade da carcaça dos indivíduos destinados ao abate), tornam-se cada vez mais importantes os critérios de seleção com relação à saúde e ao bem-estar animal. Por exemplo, busca-se selecionar fêmeas com aptidão materna capazes de parir, alimentar e criar seus bezerros sem problemas. Isso implica na seleção de características relacionadas com fertilidade, facilidade ao parto, aptidão ao aleitamento, comportamento materno, etc.
Concluindo, atualmente o processo de melhoramento genético se apóia em uma sólida base científica, que define os objetivos e os critérios de seleção que permitem responder às necessidades do consumidor e do criador. O trabalho do criador consiste em escolher os melhores machos para fecundar suas fêmeas, de forma a produzir novos animais superiores aos pais. Nesse contexto, a IA tira proveito do fabuloso potencial de produção de espermatozóides dos machos e da possibilidade de diluição do sêmen para difundir mais amplamente os melhores touros que respondem aos critérios escolhidos.

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Aprenda O que é o Pré-Sal


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O “pré-sal” é uma área de reservas petrolíferas encontrada sob uma profunda camada de rocha salina, que forma uma das várias camadas rochosas do subsolo marinho.
As reservas do pré-sal encontradas no litoral do Brasil são as mais profundas em que já foi encontrado petróleo em todo o mundo. Representam também o maior campo petrolífero já encontrado em uma profunda região abaixo das camadas de rochas salinas ou evaporíticas.
Camadas semelhantes de rocha “pré-sal” são encontradas em alguns outros locais do mundo (litoral Atlântico da África, Golfo do México, Mar do Norte e Mar Cáspio). Em algums dessas regiões  foram encontrados “indícios” de petróleo em camadas rochosas pré-sal, como já foi noticiado neste blog. Entretanto, ainda não se sabe ao certo se estas outras áreas subsal possuem grandes reservas petrolíferas como “o pré-sal” no litoral brasileiro.
O termo “pré” de pré-sal refere-se à temporalidade geológica e não à profundidade. Considerando-se a perfuração do poço, a partir da superfície, o petróleo do pré-sal é considerado subsal, pois está abaixo da camada de sal. Entretanto, a classificação destas rochas segue a nomenclatura da Geologia, que se refere à escala temporal em que os diferentes estratos rochosos foram formados. A rocha-reservatório do pré-sal foi formadas antes de uma outra camada de rocha salina, que cobriu aquela área milhões de anos depois, ou seja, mais recentemente na escala de tempo geológica. Portanto, o “pré” do pré-sal refere-se à escala de tempo, ou seja, está em uma camada estratigráfica que é mais antiga do que a camada de rochas salinas.
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As reservas de petróleo subsal, ou o petróleo da camada pré-sal encontram-se em  diferentes profundidades, variando 2000 a 3000m de lâmina d’agua antes de chegar ao leito marinho. No subsolo do mar, a primeira camada de rochas sedimentares, a camada mais superficial, é chamada de pós-sal, pois está acima das rochas salinas) No pós-sal estão importantes reservas petrolíferas como a Bacia de Campos, que representava a quase totalidade das reservas brasileiras até 2005. Abaixo desta primeira camada de rochas (pós-sal), encontra-se a camada de rochas evaporíticas, rochas salinas ou simplesmente camada de sal. Esta camada varia de algumas centenas de metros até 2km de rochas salinas. Sob a camada de rochas salinas estão as rochas “pré-sal”, em que foram identificadas as primeiras reservas gigantescas do pré-sal, os campos de Tupi, Iara e Parque das Baleias.
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O “pré-sal” é considerado uma grande bacia petrolífera, sem que se saiba exatamente se é um conjunto de enormes campos petrolíferos independentes, mas próximos, ou um único campo petrolífero gigantesco. Avalia-se que tenha entre 70 e 100 bilhões de barris equivalentes de petróleo e gás natural mineral. Os geólogos mais otimistas falam em até 200 bilhões ou 300 de barris caso seja formado por um único campo ou se a sua extensão for ainda maior do que a área já mapeada.
Acredita-se que o pré-sal pode se extender até depois das 200 milhas marítimas da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e o Brasil terá que reivindicar a posse destas águas, hoje consideradas internacionais.
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Mapa da Petrobrás mostrando a região do Pré-Sal
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A qualidade do óleo do pré-sal
O petróleo da camada pré-sal é mais leve do que o petróleo encontrado no restante do Brasil, como o petróleo da Bacia de Campos, geralmente considerado petróleo pesado. O petróleo é um tipo de hidrocarboneto fóssil, mais precisamente, uma mistura de várias substâncias em que predominam cadeias de carbono e hidrogênio, mas também aprecem diferentes porcentagens deenxofre e nitrogênio, dependendo da qualidade.
A densidade do petróleo permite classificá-lo em leve, mediano, pesado e ultra-pesado. Esta classificação é baseada nas características físico-químicas do petróleo, considerando a análise da densidade do óleo (grau API) e a viscosidade do óleo (medida em cP oucentipoises). O petróleo do pré-sal tem densidade ou grau API superior a 28° API, sendo que a maior parte do óleo encontrado possui grau API maior que 31°, sendo classificado petróleo leve. A Petrobrás também identificou que este óleo tem baixo teor de substâncias poluentes como enxofre e nitrogênio, normalmente encontrados em grande quantidade no petróleo pesado.
Conforme a clasificação da ANP:
–> Petróleo Leve – densidade igual ou inferior a 0,87 (ou grau API igual ou superior a 31°).
–> Petróleo Mediano – densidade superior a 0,87 e igual ou inferior a 0,92 (ou grau API igual ou superior a 22° e inferior a 31°).
–> Petróleo Pesado – densidade superior a 0,92 e igual ou inferior a 1,00 (ou grau API igual ou superior a 10° e inferior a 22°).
–>  Petróleo Extra-pesado – densidade superior a 1,00 (ou grau API inferior a 10°).
Assim, o petróleo leve, como óleo da camada pré-sal, é estratégico para o Brasil, pois:
(I) é mais fácil de ser refinado, produzindo uma porcentagem maior de derivados finos;
(II) tem menos enxofre, poluindo menos quando é refinado;
(III) portanto, é comercializado por um valor maior no mercado internacional.
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O valor estratégico do petróleo do Pré-sal
Refinaria PetrobrasSe as reservas petrolíferas forem de 100 bilhões de barris, e o petróleo estiver cotado entre US$ 50,0 ou US$ 100,00, esta riqueza mineral permitirá ao país obter uma renda gigantesca, entre US$ 5 trilhões e US$ 10 trilhões, apenas extraindo óleo cru.
Se o petróleo for refinado, para a produção de outros subprodutos, este valor pode ser multiplicado em várias vezes, impactando diretamente toda a economia nacional.

Combustíveis derivados de petróleo
O processo de refino do petróleo resulta em inúmeros  subprodutos, conhecidos como “derivados de petróleo”.  Muitos destes derivados são matéria-prima para as cadeias produtivas do setor químico, incluindo, desde a fabricação de produtos inflamáveis e solventes até produtos duráveis e semi-duráveis, como os “plásticos”.
Os subprodutos inflamáveis do petróleo incluem combustíveis como gasolina, diesel, querozene, óleo combustível e solventes, além do GLP – Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido no Brasil como “Gás de Cozinha”, utilizado diariamente para o cozimento de alimentos por milhões de pessoas em todo o país.

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) conhecido como "Gás de Cozinha"
Os produtos derivados de petróleo com maior valor agregado nãosão necessariamente os combustíveis, como muitos acreditam, mas sim os outros produtos duráveis e semi-duráveis resultantes do refino de petróleo.
Dentre os produtos químicos destacam-se os fertilizantes como o nitrogênio a base de petróleo e os agrotóxicos, que em sua maioria incluem substâncias derivadas de petróleo.

Refino de petróleo: Torre de fracionamento de petróleo
Ainda no ramo químico, destacam-se, produtos farmacêuticos, detergentes e produtos de limpeza, tintas, solventes, vernizes e materiais sintéticos. Dentre os materiais sintéticos destacam-se produtos como borracha sintética e o grupo dos polímeros, popularmente chamados de “plásticos”, dos quais se destacam os policarbonatos, poliuretanos, polipropileno, PVC e PET.
http://img.ibiubi.com.br/%2Fprodutos%2F9%2F3%2F6%2F1%2F5%2F9%2F1%2Fimg%2F01_estrela-carro-vai-e-volta-decada-de-80_grande.jpg
Brinquedo fabricado de plástico derivado de petróleo
Estes materiais permitem produzir uma infinidade de produtos finais, como roupas, calçados e tecidos sintéticos, Cd´s, garrafas recipientes, coberturas translúcidas resistentes, revestimentos externos de eletrodomésticos, componentes de interiores de automóveis e aviões, e até mesmo uma grande variedade de brinquedos.
Os combustíveis derivados de petróleo e o gás natural representam pouco mais de 60% de toda a energia consumida no mundo e a exploração petrolífera representa diretamente cerca de 10% do PIB mundial.

Roupa de Poliamida
Indiretamente os milhares de subprodutos combustíveis derivados de petróleo sustentam a economia mundial como conhecemos hoje. Devido ao seu enorme peso econômico e geopolítico, o petróleo é considerado o pilar fundamental da civilização industrial estruturada ao longo do século XX, também chamada de “civilização do petróleo”.
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Petróleo no Brasil e a Petrobrás

No Brasil a Petrobrás é a maior empresa do país, situando-se entre as 10 maiores do mundo. A empresa, criada em 1953 pelo então Presidente Getúlio Vargas, tem uma longa história de investimentos em tecnologia para procura e exploração de poços petrolíferos.

Movimento: "O petroleo é nosso!" nos anos 1940 e início dos 1950 levou à criação da Petrobrás, por Getúlio Vargas, em 1953
A Petrobrás começou a explorar petróleo no mar nos anos 1960, mas só passou a priorizar a produção marítima depois da crise petrolífera de 1973. Ao longo de décadas de investimentos governamentais, associado ao trabalho e engenhosidade de milhares de brasileiros, a Petrobrás atingiu no fim dos anos 1980 a capacidade de produção de quase 80% do petróleo consumido no país.
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Anos 1970 : com o início da produção no Campo de Enchova, na Bacia de Campos, começava a trajetória da Petrobrás que levaria o Brasil a produzir 80% do petróleo que consomia, no fim dos anos 1980
Apesar da crise pela qual passou a empresa nos anos 1990, quando esta quase foi privatizada, a Petrobrás se recuperou e voltou a crescer nos anos 2000, permitindo ao Brasil atingir a auto-suficiência em petróleo. A Petrobrás tornou-se a maior empresa do Brasil e do hemisfério sul, situando-se entre as grandes empresas do mundo.
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Neste contexto, a descoberta do pré-sal levou a uma grande mobilização social e política em todo o Brasil, em defesa da revisão da legislação que ainda hoje regula o setor petrolífero e a extração de petróleo no Brasil. Tornou-se  central na agenda política nacional a atualização do marco regulatório e a substituição da atual Lei do Petróleo, por outra melhor, que assegure a Soberania brasileira sobre o pré-sal.
novo marco regulatório, ou Nova Lei do Petróleo”, está sendo debatida em todo o país, e os novos projetos de Lei estão tramitando  no Congresso Nacional, onde a Câmara dos Deputados já aprovou as novas leis e o Senado Federal pretende votar os detalhes da nova Lei ainda este ano.
A garantia da Soberania e da Cidadania no futuro do Brasil, em grande medida, dependem dos rumos deste debate e da mobilização popular no Brasil do presente.

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Aprenda Tudo Sobre o Pré Sal.


o Pré-Sal


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O “pré-sal” é uma área de reservas petrolíferas encontrada sob uma profunda camada de rocha salina, que forma uma das várias camadas rochosas do subsolo marinho.
As reservas do pré-sal encontradas no litoral do Brasil são as mais profundas em que já foi encontrado petróleo em todo o mundo. Representam também o maior campo petrolífero já encontrado em uma profunda região abaixo das camadas de rochas salinas ou evaporíticas.
Camadas semelhantes de rocha “pré-sal” são encontradas em alguns outros locais do mundo (litoral Atlântico da África, Golfo do México, Mar do Norte e Mar Cáspio). Em algums dessas regiões  foram encontrados “indícios” de petróleo em camadas rochosas pré-sal, como já foi noticiado neste blog. Entretanto, ainda não se sabe ao certo se estas outras áreas subsal possuem grandes reservas petrolíferas como “o pré-sal” no litoral brasileiro.
O termo “pré” de pré-sal refere-se à temporalidade geológica e não à profundidade. Considerando-se a perfuração do poço, a partir da superfície, o petróleo do pré-sal é considerado subsal, pois está abaixo da camada de sal. Entretanto, a classificação destas rochas segue a nomenclatura da Geologia, que se refere à escala temporal em que os diferentes estratos rochosos foram formados. A rocha-reservatório do pré-sal foi formadas antes de uma outra camada de rocha salina, que cobriu aquela área milhões de anos depois, ou seja, mais recentemente na escala de tempo geológica. Portanto, o “pré” do pré-sal refere-se à escala de tempo, ou seja, está em uma camada estratigráfica que é mais antiga do que a camada de rochas salinas.
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As reservas de petróleo subsal, ou o petróleo da camada pré-sal encontram-se em  diferentes profundidades, variando 2000 a 3000m de lâmina d’agua antes de chegar ao leito marinho. No subsolo do mar, a primeira camada de rochas sedimentares, a camada mais superficial, é chamada de pós-sal, pois está acima das rochas salinas) No pós-sal estão importantes reservas petrolíferas como a Bacia de Campos, que representava a quase totalidade das reservas brasileiras até 2005. Abaixo desta primeira camada de rochas (pós-sal), encontra-se a camada de rochas evaporíticas, rochas salinas ou simplesmente camada de sal. Esta camada varia de algumas centenas de metros até 2km de rochas salinas. Sob a camada de rochas salinas estão as rochas “pré-sal”, em que foram identificadas as primeiras reservas gigantescas do pré-sal, os campos de Tupi, Iara e Parque das Baleias.
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O “pré-sal” é considerado uma grande bacia petrolífera, sem que se saiba exatamente se é um conjunto de enormes campos petrolíferos independentes, mas próximos, ou um único campo petrolífero gigantesco. Avalia-se que tenha entre 70 e 100 bilhões de barris equivalentes de petróleo e gás natural mineral. Os geólogos mais otimistas falam em até 200 bilhões ou 300 de barris caso seja formado por um único campo ou se a sua extensão for ainda maior do que a área já mapeada.
Acredita-se que o pré-sal pode se extender até depois das 200 milhas marítimas da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e o Brasil terá que reivindicar a posse destas águas, hoje consideradas internacionais.
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Mapa da Petrobrás mostrando a região do Pré-Sal
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A qualidade do óleo do pré-sal
O petróleo da camada pré-sal é mais leve do que o petróleo encontrado no restante do Brasil, como o petróleo da Bacia de Campos, geralmente considerado petróleo pesado. O petróleo é um tipo de hidrocarboneto fóssil, mais precisamente, uma mistura de várias substâncias em que predominam cadeias de carbono e hidrogênio, mas também aprecem diferentes porcentagens deenxofre e nitrogênio, dependendo da qualidade.
A densidade do petróleo permite classificá-lo em leve, mediano, pesado e ultra-pesado. Esta classificação é baseada nas características físico-químicas do petróleo, considerando a análise da densidade do óleo (grau API) e a viscosidade do óleo (medida em cP oucentipoises). O petróleo do pré-sal tem densidade ou grau API superior a 28° API, sendo que a maior parte do óleo encontrado possui grau API maior que 31°, sendo classificado petróleo leve. A Petrobrás também identificou que este óleo tem baixo teor de substâncias poluentes como enxofre e nitrogênio, normalmente encontrados em grande quantidade no petróleo pesado.
Conforme a clasificação da ANP:
–> Petróleo Leve – densidade igual ou inferior a 0,87 (ou grau API igual ou superior a 31°).
–> Petróleo Mediano – densidade superior a 0,87 e igual ou inferior a 0,92 (ou grau API igual ou superior a 22° e inferior a 31°).
–> Petróleo Pesado – densidade superior a 0,92 e igual ou inferior a 1,00 (ou grau API igual ou superior a 10° e inferior a 22°).
–>  Petróleo Extra-pesado – densidade superior a 1,00 (ou grau API inferior a 10°).
Assim, o petróleo leve, como óleo da camada pré-sal, é estratégico para o Brasil, pois:
(I) é mais fácil de ser refinado, produzindo uma porcentagem maior de derivados finos;
(II) tem menos enxofre, poluindo menos quando é refinado;
(III) portanto, é comercializado por um valor maior no mercado internacional.
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O valor estratégico do petróleo do Pré-sal
Refinaria PetrobrasSe as reservas petrolíferas forem de 100 bilhões de barris, e o petróleo estiver cotado entre US$ 50,0 ou US$ 100,00, esta riqueza mineral permitirá ao país obter uma renda gigantesca, entre US$ 5 trilhões e US$ 10 trilhões, apenas extraindo óleo cru.
Se o petróleo for refinado, para a produção de outros subprodutos, este valor pode ser multiplicado em várias vezes, impactando diretamente toda a economia nacional.

Combustíveis derivados de petróleo
O processo de refino do petróleo resulta em inúmeros  subprodutos, conhecidos como “derivados de petróleo”.  Muitos destes derivados são matéria-prima para as cadeias produtivas do setor químico, incluindo, desde a fabricação de produtos inflamáveis e solventes até produtos duráveis e semi-duráveis, como os “plásticos”.
Os subprodutos inflamáveis do petróleo incluem combustíveis como gasolina, diesel, querozene, óleo combustível e solventes, além do GLP – Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido no Brasil como “Gás de Cozinha”, utilizado diariamente para o cozimento de alimentos por milhões de pessoas em todo o país.

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) conhecido como "Gás de Cozinha"
Os produtos derivados de petróleo com maior valor agregado nãosão necessariamente os combustíveis, como muitos acreditam, mas sim os outros produtos duráveis e semi-duráveis resultantes do refino de petróleo.
Dentre os produtos químicos destacam-se os fertilizantes como o nitrogênio a base de petróleo e os agrotóxicos, que em sua maioria incluem substâncias derivadas de petróleo.

Refino de petróleo: Torre de fracionamento de petróleo
Ainda no ramo químico, destacam-se, produtos farmacêuticos, detergentes e produtos de limpeza, tintas, solventes, vernizes e materiais sintéticos. Dentre os materiais sintéticos destacam-se produtos como borracha sintética e o grupo dos polímeros, popularmente chamados de “plásticos”, dos quais se destacam os policarbonatos, poliuretanos, polipropileno, PVC e PET.
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Brinquedo fabricado de plástico derivado de petróleo
Estes materiais permitem produzir uma infinidade de produtos finais, como roupas, calçados e tecidos sintéticos, Cd´s, garrafas recipientes, coberturas translúcidas resistentes, revestimentos externos de eletrodomésticos, componentes de interiores de automóveis e aviões, e até mesmo uma grande variedade de brinquedos.
Os combustíveis derivados de petróleo e o gás natural representam pouco mais de 60% de toda a energia consumida no mundo e a exploração petrolífera representa diretamente cerca de 10% do PIB mundial.

Roupa de Poliamida
Indiretamente os milhares de subprodutos combustíveis derivados de petróleo sustentam a economia mundial como conhecemos hoje. Devido ao seu enorme peso econômico e geopolítico, o petróleo é considerado o pilar fundamental da civilização industrial estruturada ao longo do século XX, também chamada de “civilização do petróleo”.
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Petróleo no Brasil e a Petrobrás

No Brasil a Petrobrás é a maior empresa do país, situando-se entre as 10 maiores do mundo. A empresa, criada em 1953 pelo então Presidente Getúlio Vargas, tem uma longa história de investimentos em tecnologia para procura e exploração de poços petrolíferos.

Movimento: "O petroleo é nosso!" nos anos 1940 e início dos 1950 levou à criação da Petrobrás, por Getúlio Vargas, em 1953
A Petrobrás começou a explorar petróleo no mar nos anos 1960, mas só passou a priorizar a produção marítima depois da crise petrolífera de 1973. Ao longo de décadas de investimentos governamentais, associado ao trabalho e engenhosidade de milhares de brasileiros, a Petrobrás atingiu no fim dos anos 1980 a capacidade de produção de quase 80% do petróleo consumido no país.
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Anos 1970 : com o início da produção no Campo de Enchova, na Bacia de Campos, começava a trajetória da Petrobrás que levaria o Brasil a produzir 80% do petróleo que consomia, no fim dos anos 1980
Apesar da crise pela qual passou a empresa nos anos 1990, quando esta quase foi privatizada, a Petrobrás se recuperou e voltou a crescer nos anos 2000, permitindo ao Brasil atingir a auto-suficiência em petróleo. A Petrobrás tornou-se a maior empresa do Brasil e do hemisfério sul, situando-se entre as grandes empresas do mundo.
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Neste contexto, a descoberta do pré-sal levou a uma grande mobilização social e política em todo o Brasil, em defesa da revisão da legislação que ainda hoje regula o setor petrolífero e a extração de petróleo no Brasil. Tornou-se  central na agenda política nacional a atualização do marco regulatório e a substituição da atual Lei do Petróleo, por outra melhor, que assegure a Soberania brasileira sobre o pré-sal.
novo marco regulatório, ou Nova Lei do Petróleo”, está sendo debatida em todo o país, e os novos projetos de Lei estão tramitando  no Congresso Nacional, onde a Câmara dos Deputados já aprovou as novas leis e o Senado Federal pretende votar os detalhes da nova Lei ainda este ano.
A garantia da Soberania e da Cidadania no futuro do Brasil, em grande medida, dependem dos rumos deste debate e da mobilização popular no Brasil do presente.

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